segunda-feira, 3 de março de 2014

O HOMEM EM SUA INTEGRALIDADE




O homem é corpo, alma e espírito como bem expresso de modo claro em 1Ts. 5:23:

O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

O “corpo” (matéria), a alma (emoções e sentimentos) e o espírito (a parte eterna, que se liga a dimensão espiritual).

É importante percebermos que o texto trata os três aspectos do homem em sua integralidade, de modo inseparável, até porque esta é a perspectiva que o judeu tem do homem, um ser que não pode ser fracionado e este entendimento vem primeiramente de Deus.

E tal perspectiva do homem integral, que é como Deus nos vê, muda nossa forma de nos relacionarmos com Deus e nossa forma de agir com o “próximo”, sejam os irmãos da fé ou não.

Senão vejamos:


1 - O Homem como Corpo:


O corpo é formado pela matéria, a parte visível, criado a partir do pó segundo Gn. 2.7:

Então, formou o Senhor Deus o homem do pó da terra...

O corpo humano é formado por uma série de tecidos, órgãos, enfim uma série de elementos biológicos que formam a nossa carcaça.

No corpo nós temos várias necessidades, que caso não supridos podem leva-lo a deterioração, assim, nós nos alimentamos, nos hidratamos, nos protegemos contra fatores climáticos, zelamos da nossa fisiologia, tomamos vacinas contra seres malévolos não visíveis a olho nu, enfim, tomamos várias garantias para manutenção da nossa integralidade corporal.

E, Deus também se preocupa com o ser orgânico, como bem se expressa em Mt. 6:30:

Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

Deus neste versículo está dizendo que os homens são as mais valiosas joias da sua criação, por isso jamais deixaria de zelar deles, demonstrando preocupação com o corpo e seus necessidades básicas.


Mas atentemos que o texto de Mt. 6:30, também nos remete para o próximo tópico;


2 -  A alma:

Pois quando o Espírito fala “Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros...”, Ele está dizendo: “se me preocupo com seres irracionais, que não têm noção do que se passa a sua volta, quanto mais com suas emoções”.

Deus se importa com as preocupações legitimas do ser com comida, roupa, doenças, ele sabe que tudo isso afeta suas emoções, seus sentidos, entristece a alma, onde estão os nossos sentimentos.

O próprio Jesus em diversas ocasiões se compadeceu dos doentes, dos famintos, dos possessos e influenciados pelos poderes demoníacos, já que o diabo tem como um dos principais locais de atuação a alma, tentando causar aflições, instabilidades e doenças, porque ele veio para matar, roubar e destruir.

Vejamos que os problemas da alma sempre se conectam ao corpo, não há como agredir a alma sem afetar o corpo, por exemplo observemos o disposto em Mt. 9:35:

Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoniado. E, expelido o demônio, falou o mudo....

Vejamos que a Bíblia não fala que tipo de legalidade foi aberto para que o demônio entrasse na vida desta pessoa, mas podemos garantir que havia uma ferida aberta na alma, nas emoções, imagine querer se expressar e não ter condições de assim proceder. Deveria ser uma verdadeira tortura.

A Bíblia narra, por exemplo, a história da mulher com fluxo de sangue, que vinha sendo atormentada pela doença, e ela já tinha gasto tudo que tinha, tentando uma cura, e isso devia mover seu psicológico, porque aquilo que nos afeta no corpo mexe com nossas emoções, vejamos isso claramente em Mt. 9:36:

Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.

O que é estar exausto e aflito, se não sentimentos negativos no campo do corpo e da alma, portanto, o que ocorre em um, afeta o outro, e vise e versa.

Por isso Jesus sabia que ao tratar o corpo estava também tratando a alma, mas Ele não parava por aí, Jesus não queria simplesmente satisfazer as necessidades do homem, não era só o social, terapêutico, havia o tratar do espírito, passemos ao próximo tópico.


3 – O espírito:


Voltemos novamente ao texto de Mt. 6:30:

Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

Veja a expressão “que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós”, Jesus está falando que após a morte os pássaros e ervas do campo deixam de existir, que apesar da finitude, Deus se importa com eles, mas quanto ao homem não se trata apenas de dar o que precisa e afagar o animo, Ele atribui um sentido maior, eterno,. Como se dissesse: “Ora, se me preocupo quanto às necessidades de tais seres cuja vida é limitada, quanto mais com vocês seres eternos, espirituais”.

Jesus queria que os homens tirassem o foco das preocupações, com consolo provisório e se virassem para aquilo que é eterno, pois tratar o corpo e a alma era muito pouco, daí sua inconformidade com Bertsaida e Cafarnaum, onde se operaram tantos milagres, cuja a maioria rejeitou o tratar do espírito, a salvação pelo seu nome (MT. 11:20-24).

Porque Jesus sabia que não adiantava tratar o corpo e a alma, sem tratar o espiritual, este se refere aquilo que religa o homem a Deus. Pois, Jesus, fazia milagres e sarava a alma (o emocional) para que as pessoas cressem e se arrependessem, ou seja, fossem religados ao criador, pela fé Nele, não nos milagres e provisões.


4 - PODEMOS CONCLUIR QUE:

Apesar da soberania da mensagem de arrependimento e salvação, percebemos que o ministério de Jesus jamais deixou de contemplar o homem em sua integralidade, ou seja, o corpo, a alma e o espírito.

Quando lemos a oração que Jesus ensinou em Mateus 6:9-15, percebemos que ele quer que a pessoa (o ser) se preocupe com a integralidade de “si” em Deus, ou seja, quando pedimos para vir o reino de Deus, pão nosso de cada dia, perdoar e ser perdoado, livrar do mal, não podemos dissociar tais elementos das três esferas do “ser humano”, corpo, alma e espírito.

Aqui entra a importância de igualmente observar o próximo, e ama-lo em um sentido mais amplo, de não apenas ter compaixão, mas, dentro das possibilidades, buscar suprir as carências.

Assim, bem expressa Tiago no Cap. 2:14-17, quando trata da necessidade de não apenas ofertar palavras de consolo, mas oferecer suprimento ao corpo do necessitado.

O que Tiago está falando é que dentro da comunhão dos crentes há a necessidade de se ofertar ao próximo um tratamento integral, verificando as necessidades que precisão ser supridas, chegando ao ponto de dizer que “a fé, se não tiver obras, por si só está morta”.

Portanto, nenhum ato de adoração, nenhuma palavra por mais bonita que seja, que deixe de contemplar o homem em sua integralidade, será bem recebida por Deus (LER MT. 10:40-42). Daí a necessidade de um ambiente cristão que contemple o amor ao próximo, em justiça, misericórdia, compaixão, amor e cuidado.

Veja que considerar o homem na sua integralidade não é o mesmo que uma igreja assistencialista, mas que oferece a palavra de salvação, a cura da alma pela libertação (tratamento dos pecados, falta de perdão, vícios) e suprimentos básicos para manutenção do corpo (como aspecto igualmente importante dentro da tricotomia).

E nós temos que estar prontos a ofertar uma solução completa aos homens e mulheres que estão a nossa volta, pois aí sim estaremos obedecendo os dois grandes mandamentos de: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.

Deus não recebe a adoração de uma igreja que não se converte de todo o seu coração, toda a sua alma e do o seu ser, que não aprende o significado de “misericórdia quero mais do que sacrifício e conhecimento de Deus mais do que holocaustos”.

Por isso, quando olharmos para as pessoas que estão a nossa volta, não pensemos apenas em orar por elas, busquemos compreender quais são as suas reais necessidades. A alguns bastará a pregação do evangelho, para outros a pregação terá que ser associada a cura e libertação, outros ainda precisarão de salvação, cura e libertação, além do básico para manter o cotidiano como: mantimentos, roupas, sapatos etc.

Olhe para você mesmo e para o que estão a sua volta como “pessoa integral” (corpo, alma e espírito), um todo inseparável, que não poder ser dividido por partes, mas sempre contemplado em conjunto, pois aquilo que afeta o corpo, pode afetar a alma e o espírito, o que afeta a alma atinge o corpo e o espírito, aquilo que atinge o espírito afeta a alma e o corpo.

O olhar para você como ser integral fará com que sua relação com Deus seja completa, pois Ele se importa com você em um todo, jamais só com uma das partes, e isso fará você se preocupar com outros seres em suas totalidades.

Deus quer suprir todas as suas necessidade no corpo na alma e no espírito por igual, e se você se dispor a seus um canal de bênçãos para a vida daqueles que necessitem de algo em alguma destas áreas, isto alegrará o Seu coração.

Só a Deus seja a glória!

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